Por aqui, em nosso blog, geralmente falamos das potencialidades de inúmeras plantas em relação seus usos culinários, medicinais, paisagísticos e até mesmo ecológicos para o jardim e para a fauna local. Porém hoje queremos retomar um assunto muito legal que começamos a falar em 2018, as potencialidades tintoriais das plantas. Veja os posts antigos aqui e aqui.
Uma parcela das ervas, arbustos e árvores possuem capacidade de tingir um alimento, tecido, papel ou outro material, os antigos sempre souberam disso e é por isso, por exemplo, que existem até hoje vestimentas tradicionais, como dos monges, tingidas com elementos da natureza. Claro que não são apenas plantas que apresentar essas propriedades tintoriais, as argilas e terras também, mas como nosso foco é o Reino Vegetal, falaremos apenas dele aqui.
Separamos algumas espécies tintórias (ou tintoriais) que temos aqui a venda em nosso viveiro e suas possibilidades de usos.
Crajirú: arbusto brasileiro que possui folhas verdes, mas que quando secas ou em infusão (com água ou álcool) adquirem coloração vermelho intenso ou rubi. É apreciada no universo do tingimento natural de tecido, pois possui intensidade aliada à permanência na fibra do tecido.
Cúrcuma: se você pensou em uma planta tintorial ao ler esse post, muito provavelmente pensou nos rizomas de cúrcuma. A planta é uma alternativa ao açafrão-verdadeiro (especiaria mais cara do mundo) para tingir com cor laranja terrosa. Tem alto poder de tingimento, porém se não for bem cuidada o material tingido com ele perde muito rapidamente a cor.
Feijão-borboleta: um sucesso por onde passa, suas flores azuis possuem a capacidade de tingir bebidas, alimentos, tecido e papéis. São apreciadas no tingimento natural e na impressão botânica devido à sua cor peculiar.
Tagete: todos os tipos de tagetes possuem flores e folhas capazes de tingir materiais naturais, como tecidos e papéis. Geralmente as flores ofertam um tom laranja enferrujado e as folhas um verde escuro. Ambas, folhas e flores, possuem uma boa permanência no tecido ou papel tratado previamente.
Urtiga: suas folhas urticantes já foram muito utilizadas no tingimento natural de vestimentas de povos da Europa Ocidental. Dependendo do tipo de mordente usado poderá ofertar tons de verde mais claros ou escuros. Todos os tipos de urtiga verde têm esse poder de tingir.
Urucum: no Brasil, essa é nossa principal planta tintória, com suas sementes os índios pintavam (e pintam) o corpo e adereços. Oferta ao tecido ou papel um tom alaranjado lindíssimo (bem mais vivo que o tom da cúrcuma), porém um pouco fotossensível.
Aproveite a melhor época do ano para cultivar plantas tintoriais em casa, navegue pela nossa lista de mudas e compre as suas.
Escrito por Gabi Pastro
Herbalista do Viveiro Sabor de Fazenda