Quero começar contando uma história. Há muito atrás, um dos inúmeros reinados da Europa era simbolizado pela cor laranja, o laranja era a cor oficial daquela dinastia local e, por isto, bandeiras e outras decorações eram sempre com essa coloração. Em um dado dia, os aldeões decidiram homenagear o reinado através do que mais sabiam fazer…plantar. Eles decidiram que a partir daquele momento iriam parar de cultivar cenouras de cores variadas, deixariam para trás as roxas, brancas, amarelas e rosa, e apenas cultivariam a laranja como homenagem e símbolo do reinado. A história foi espalhando-se pelas regiões do entorno e todos acharam incrível aquele local cultivar apenas uma cor de cenoura e passaram a deixar de lado o cultivo das outras cores também. Com o tempo, isso espalhou-se pelo mundo e este é o cenário que vemos hoje, a variedade laranja é a mais conhecida e cultivada e as demais foram esquecidas pela maioria.
Essa história nos diz muito sobre nossos hábitos como sociedade e hábitos de consumo, estamos sempre tentando, e também somos forçados, a ter um padrão em tudo, até nos alimentos, fazendo com que percamos biodiversidade na natureza e no prato. A grande problemática dessa seleção artificial é que os alimentos que foram selecionados também sendo modificados, não mais assemelhando-se ao que eram antes, não possuindo o mesmo poder nutricional que antes. Quem mais perde com isso é nossa saúde.
Na Sabor de Fazenda, tentamos fazer este resgate das hortaliças esquecidas e perdidas, e queremos compartilhar hoje algumas que temos por aqui.
Acelga arco-íris (Betas vulgaris): ela nada mais é dos que um tipo de beterraba, porém que não forma aquela raiz tuberosa redonda e grande que conhecemos e consumimos. Dela consumimos suas folhas, as quais podem variar de cor de planta para planta, as tradicionais possuem nervuras vermelhas (como a beterraba tradicional), porém tem também aquelas que apresentam nervura branca, laranja, roxa ou amarela. Elas não são apenas uma explosão de cores no prato, mas também no jardim, são muito ornamentais.
Almeirão-roxo (Lactuca indica): muito comum nos quintais de nossos ancestrais, mas que caiu no esquecimento nas últimas décadas. Suas folhas verdes pálidas apresentam as nervuras em tom de vermelho vivo/roxo escuro. São elas que consumimos, cruas ou cozidas, e que ofertam sabor amargo (tão necessário) ao nosso prato. Quando cultivada praticamente torna-se espontânea no jardim, devido sua fácil dispersão e reprodução.
Betalha verde (Basella alba) e bertalha roxa (Basella rubra): planta trepadeira também chamada de espinafre-de-Malabar, sua origem é asiática, apresentando hastes suculentas e flexíveis, podendo ser verdes ou avermelhadas/roxas, dependendo da variedade. Suas folhas são levemente arredondadas e suculentas, sendo ou totalmente verdes ou verdes com nervuras avermelhadas. É possível consumir suas folhas, hastes e frutos. As folhas e ramos têm sabor que lembra ao da beterraba e são ótimos em saladas, refogadas ou em frituras. Dos seus frutos pode-se fazer um corante natural, pois é rico em betalaína, um potente antioxidante.
Couve black (Brassica oleracea ‘Lacinato): também chamada cavolo nero ou couve tostana, suas folhas verdes escuras são mais macias que as da couve tradicional, apesar de serem mais rugosas (enrugadas), assim como o sabor é mais suave. Faz sucesso na elaboração de chips, saladas e refogados, além de também trazer uma textura incrível para a horta.
Couve mizuna (Brassica rapa var. niposinica): pouco conhecida pela população geral, mas muito utilizada e valorizada na culinária japonesa, principalmente. Suas folhas são bem recortadas e o sabor é mais parecido com um uma alface, porém mais crocante. Podemos consumi-las cruas ou refogadas.
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